Bitcoin tendências. TOUROS VS. URSOS. Empiricus
TOUROS VS. URSOS “Se eu tivesse meu próprio país,
definitivamente só usaria Bitcoin.” Jack Ma, magnata chinês, CEO e fundador do
conglomerado Alibaba, maior site de comércio eletrônico do mundo. Mais uma
semana passou e novamente o bitcoin segue superando recorde após recorde. É até
difícil de acreditar, mas a moeda digital de maior destaque chegou a superar a
assombrosa marca de 1.000% de valorização em base anualizada. Como argumentar
contra os que dizem que isso não passa de uma bolha?
Todo e qualquer tipo de investimento que tenha uma
performance como essa levantaria esse tipo de suspeita. Então não condeno os
detratores e céticos em relação ao bitcoin. É natural duvidar de algo que se
valoriza tanto e tão rapidamente, principalmente quando não nos damos ao
trabalho de entender a profundidade do que estamos comentando. Vocês já
repararam que, geralmente, os críticos mais ferrenhos do Bitcoin têm idade
média superior a 60 anos? Para alguém que cresceu em um ambiente analógico, é
complicado entender esse intenso processo de desmaterialização do conceito de
riqueza. Eles acusam o Bitcoin de não ter lastro, ao mesmo tempo em que ignoram
que os principais instrumentos monetários do mundo nunca estiveram tão
pressionados pelo excesso de alavancagem. Jamie Dimon, o todo-poderoso
presidente do JPMorgan, anunciou há poucas semanas que demitiria qualquer
funcionário que ele soubesse estar operando Bitcoin, dizendo que a moeda
digital não passa de uma fraude. Que os banqueiros tendem à hipocrisia não é
grande novidade, mas não deixa de surpreender que, pouco depois de uma
declaração tão veemente, o banco de Dimon tenha anunciado esta semana que já se
prepara para negociar contratos futuros lastreados em Bitcoin. O que será que
aconteceu para motivar uma mudança tão radical de postura? Seria de novo aquilo
da máxima “se você não pode vencer seu inimigo, junte-se a ele”? Pelo sim, pelo
não, é importante estar preparado para o começo da revolução no mercado de
criptomoedas que se avizinha. Durante a semana, tanto a Chicago Mercantile
Exchange (CME) quanto a Chicago Board Options Exchange (CBOE) anunciaram os
detalhes sobre os produtos destinados a negociar contratos futuros lastreados
em Bitcoin. A CME confirmou que os contratos entram em negociação no dia 10 de
dezembro de 2017. Cada contrato terá um valor equivalente de 5 BTC, e os
limites da posição spot serão fixados em mil contratos, com flutuação mínima
fixada em US$ 5 por BTC de contrato, ou seja, US$ 25 no total. A CBOE terá um
formato ligeiramente diferente, com cada contrato correspondendo a 1 BTC e
variação mínima de US$ 10. Você deve estar se perguntando: “Afinal de contas,
como isso impactará o preço?”. Como quase tudo no mercado financeiro, não
faltaram pretensos gênios tentando adivinhar o impacto dessa enxurrada de
dinheiro institucional entrando no universo das criptomoedas. Como na Empiricus
não praticamos a previsão do futuro, só podemos lhe dar uma sincera e singela
resposta: não sabemos. 2 Mas antes que você pense em cancelar a sua assinatura
e volte para as análises rasas de “especialistas”, apresentamos nas linhas
abaixo algumas tendências que entendemos que devem impactar diretamente o
mercado. Os contratos futuros são o primeiro passo para a aprovação dos ETFs
lastreados em BTC. ETFs são instrumentos negociados em Bolsa que permitem que
investidores diversifiquem seus portfólios por meio da compra de uma cota de um
instrumento que reproduz o comportamento de determinado ativo, sem a
necessidade de o investidor ter de comprar BTC diretamente. Isso tem um
potencial gigantesco de atrair investidores institucionais e de varejo que já
se interessam por Bitcoin, mas não se sentem seguros em operar e armazenar suas
moedas por conta própria. Em um momento em que os prêmios de risco do mundo
estão contraídos, isso tende a aumentar substancialmente a demanda por
Bitcoins, com potencial de impacto bastante positivo no preço. Como na vida nem
tudo são flores, os derivativos em Bitcoin também podem impactar negativamente
o seu preço, uma vez que agora será viável para operadores abrirem posições
vendidas na moeda digital, apostando em sua desvalorização. Na nomenclatura do
mercado financeiro, bulls (ou touros) são os que apostam na alta de um ativo e
abrem posições long (compradas), enquanto bears (ou ursos) apostam na queda,
operando com posições short (vendidas). Esse tem tudo para ser um dos embates
mais interessantes ao longo de 2018, para determinar para onde vai o preço do
BTC no próximo ano. Outro aspecto interessante é que agora será possível para
grandes investidores colocarem em curso sofisticadas técnicas de “algotrading”,
operações automatizadas realizadas por robôs de negociação, buscando tirar
proveito de pequenos desvios das cotações. Em resumo: o jogo está apenas
começando e tem muito dinheiro na mesa para ser conquistado.
Fonte: Relatório Empiricus Outsiders.
Fonte: Relatório Empiricus Outsiders.
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